IDÉIAS PARA O FUTURO / Entrevista
China e Coreia já deixaram de vender mão de obra e investem em
criatividade. O Brasil tem de fazer o mesmo, diz a economista Lidia Goldenstein
Carlos Rydlewski
As comparações feitas
pela consultoria americana iSuppli sempre provocam sobressaltos. Uma delas
mostrou que os componentes do iPad 2 custam US$ 370. A Apple vende o tablet por
US$ 700. Entre esses dois valores há custos de produção, logística e impostos. Mas
a justificativa para tamanha diferença pode ser resumida em duas palavras:
design e inovação. Elas distinguem um amontoado de peças do mais bem-sucedido
aparelho eletrônico do momento. São também o tema preferido da paulistana Lidia
Goldenstein, uma das organizadoras da exposição Design São Paulo, visitada por
10 mil pessoas no mês passado no Parque do Ibirapuera. Leia mais ....
1. Quanto o design pode
valorizar um produto?_Para
ter uma ideia, basta comparar o custo de um pequeno pedaço de tecido com o
preço final de um biquíni de grife. A diferença é imensa. Podemos ir mais
longe. Alguns designers transformam peças corriqueiras do cotidiano em obras de
arte. E elas são caríssimas. Isso está acontecendo em todo o mundo com os
móveis brasileiros com estilo dos anos 50. Eles estão muito valorizados. Uma
cadeira de madeira criada por Joaquim Tenreiro, por exemplo, é vendida por US$
250 mil. Esta é a cotação definida em catálogos internacionais. No Brasil, uma
poltrona do Sergio Rodrigues, outro designer renomado, é vendida por R$ 40 mil.
O céu é o limite para o valor que o design pode agregar a um produto.
2. As empresas estão
mais atentas a isso?_O investimento das
empresas é um indicador. O presidente de uma montadora me disse que o design
representa 30% do desenvolvimento de um carro novo. Ele é o item de maior peso
na produção. A indústria suporta uma despesa tão alta porque sabe que o resultado
faz grande diferença para o consumidor. O design se transformou numa ferramenta
estratégica para o desenvolvimento. Ele é um fator relevante para aumentar a
competitividade de um negócio. É por isso que muitos países promovem políticas
agressivas de fomento ao design.
Fonte - Época Negócios
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