A entidade, que já tinha o terreno de 110 mil metros quadrados na Avenida José Cândido da Silveira, no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste da capital, cedeu espaço de 22 mil metros quadrados para a Fapemig erguer também sua nova sede.
Além do campus, terreno de 110 mil metros quadrados no Cidade Nova abrigará fundação de tecnologia, conforme a maquete acima
Em troca, a fundação financiará o prédio da Escola de Música da Uemg, o primeiro dos cinco a serem edificados no local. Ontem, a pedido do padre João de Deus, da Paróquia Santa Luzia, representantes do empreendimento se reuniram com moradores de bairros da região, para esclarecer dúvidas da comunidade.
Segundo o padre, a população está satisfeita com a chegada da universidade, já que foi resultado de uma luta antiga dos moradores da região, que, há cerca de 15 anos, batalharam contra a suposta construção de uma penitenciária no terreno, de propriedade do governo estadual. “Há 10 anos, o estado cedeu o lote à Uemg, mas, como nunca víamos o projeto se concretizar, ainda havia o temor de que o imóvel ganhasse outro destino”, disse o pároco.
Apesar de aliviados com a novidade, moradores estão preocupados com o agravamento de problemas de trânsito na região. “Esperamos que eles tenham um plano para melhorar o trânsito, que já é bastante complicado”, afirmou o psicólogo Flávio Matos, morador do Cidade Nova.
Para o chefe de gabinete da Uemg, Eduardo Santa Cecília, a circulação de veículos no local não se intensificará por causa da faculdade. “A 200 metros do local, há uma estação do metrô. Por conhecer o perfil dos alunos, acreditamos que a maior parte deles fará opção pelo transporte coletivo. Sabemos que haverá um impacto no trânsito, mas a faculdade trará também muitos benefícios para a população, como uma biblioteca comunitária e um auditório”, informou o professor.
No entanto, ele não descarta um projeto viário e um ambiental com o projeto executivo da sede da universidade. “Ainda estamos em fase de revisão do projeto inicial, feito há 10 anos. No momento certo, estudaremos os impactos e as medidas necessárias para minimizá-los”, afirmou.
TECNOLOGIA
Com a chegada dos dois empreendimentos, o local será batizado como Cidade da Ciência e do Conhecimento, já que nas proximidades já funcionam a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Fundação Biominas, o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), o Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Somente a Fapemig investirá R$ 50 milhões na construção de sua sede, além de R$ 9 milhões na Escola de Música da Uemg.
Para o presidente da fundação, Mario Neto Borges, o novo centro de conhecimento e tecnologia colocará Belo Horizonte à frente de outras capitais. Além disso, ele aponta a valorização da região. “Ao lado da Fapemig, construiremos ainda um Centro de Convenções com capacidade para 1,2 mil pessoas”, acrescenta.
O presidente da Fapemig aposta na Via 710, projeto que faz parte do PAC Mobilidade da prefeitura para 2014 e pretende criar um corredor alternativo à Cidade Administrativa, para melhorar o trânsito da região. Segundo o chefe de gabinete da Uemg, cerca de 3 mil alunos deverão ser transferidos para a nova sede, com a conclusão da obra. No total, serão 34 cursos no câmpus, sendo 13 de graduação, 18 de pós-graduação, dois de mestrado e um de doutorado.
O estudante de engenharia mecânica Cristiano Amorim, que mora na região, ficou feliz ao saber da novidade. “Ter uma universidade próxima é sempre bom. Acho que a região estava carente de uma. Quem sabe faço um curso de pós-graduação ou mestrado no futuro?”, afirmou.
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